Falei recentemente (nesse post) do dia que descobri sobre freelensing, essas fotos também foram feitas usando somente essa técnica. O resultado é esse, um desfoque diferente, mais livre e mais cremoso. Gosto muito desse efeito, para mim ele funciona quase da mesma forma que a nossa memória. Nem sempre conseguimos recordar claramente e os momentos se misturam, muitas vezes lembramos mais da sensação do que uma visão definida e cristalina do que aconteceu, especialmente quando é uma lembrança que temos de quando éramos criança. E o freelensing traz para mim um pouco dessa percepção.
Talvez com esse registro minhas filhas possam se lembrar desse dia na praia com a vovó, ou pelo menos aflorar a sensação de como foi. Acredito que minha função, uma vez que sou fotografa, é ajudar a preservar as memórias de quem são minhas filhas como crianças, de quem é a minha mãe como avó e como é esse relacionamento tão especial que é só delas.
Quem sabe assim no futuro quando apertar a saudades ou quando a vida estiver conturbada, essas fotografias funcionem como peças para que elas possam reconstruir a sua própria história e trazer a oportunidade de ressignificar o que viveram, não só desse dia como de outros.
Neste caso específico, se a fotografia não tem isso como missão, não sei mais para quê ela serve.